Na Lazuli, Piero Minardi reforça o time de egressos da Gávea

Executivo deixou gestora de private equity Warburg Pincus no Brasil após transição de dois anos Um trio que trabalhou junto nos tempos áureos de private equity da Gávea investimentos se reuniu de novo, agora na Lazuli. A gestora, fundada por Carlos de Barros e Bruno Alves, passa a ter como novo sócio Piero Minardi, que era chefe da operação da Warburg Pincus no Brasil.
Minardi deixou a gestora americana depois de uma transição planejada nos últimos dois anos, quando passou o bastão para Henrique Muramoto em 2022. “Já estava como consultor da Warburg desde 2023. Estou em um momento de transição na carreira e, como já conhecia o pessoal da Lazuli e o modelo de negócio consistente da gestora, fez sentido essa parceria”, diz ele.
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Ex-presidente da Abvcap, Minardi trabalhou na Gávea Investimentos, gestora fundada por Armínio Fraga, de 2006 a 2014. Antes, comandou o private equity local de Darby, Barings e AIG.
Com pouco mais de dois anos de operação, a Lazuli é uma gestora de private equity focada em empresas do “upper middle-market”, ou seja, aquelas que tenham um Ebitda acima de R$ 100 milhões e faturem mais de R$ 500 milhões. Até o momento, a Lazuli conta com duas empresas na carteira, a Blue Health, de locação e venda de equipamentos médicos, e a Farmax, de higiene e beleza, nas quais já investiu mais de meio bilhão de reais, e prevê pelo menos mais um ou dois investimentos neste ano.
Alves, Barros e Minardi: Executivo, ex-head da Warburg no Brasil, se junta ao time da Lazuli
Celso Doni/Celso Doni
“Somos agnósticos em relação aos setores em que investimos, mas olhamos muito empresas de saúde, educação, tecnologia, consumo e serviços”, diz Barros.
A Lazuli tem feito parcerias com outras gestoras por meio de “club deals”, em que levanta capital com investidores para alocar em um ativo específico, mas não descarta lançar um fundo mais para frente. “Temos levantado capital com family offices e com investidores que foram sócios em empresas em que investimos lá trás, mas o investidor estrangeiro tem olhado menos para o Brasil”, diz Barros.
A gestora, que conta atualmente com um time de oito executivos, tem uma atuação ativa nas empresas, muitas vezes atuando na gestão. O sócio Felipe Lima, por exemplo, é hoje o diretor de M&A e estratégia da Blue Health. “Temos esse DNA de nos envolvermos na gestão. Eu tive a experiência como executivo na Dasa, onde fui CEO e CFO e sai de lá no IPO, em 2021”, conta o sócio-fundador.
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Com experiência nas casas anteriores, onde investiram em 42 empresas de diversos setores e levaram 12 companhias para a bolsa como a GPS, os sócios da Lazuli passaram por vários ciclos do mercado de private equity no Brasil, desde o boom em 2021 até a queda dos investimentos em 2014, durante a crise no governo Dilma, e a restrição de liquidez para ativos de risco desde 2023, com a alta das taxas de juros. “O investimento no Brasil exige cautela neste momento, com o cenário inflacionário, juros altos e os investidores estrangeiros longe do país”, diz Barros.
Nesse ambiente, a gestora tem adotando estruturas para proteger os investimentos, com cláusulas que permitem limitar as perdas e ajustar a participação dependendo da performance da empresa investida.
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