Além de saudável, hortaliça é bastante rentável para quem produz Mais do que no sabor marcante e diferente, que é até difícil de ser definido, para muitos consumidores, o atrativo do rabanete (Raphanus sativus) está na textura crocante. Crua em saladas, cozida em sopas ou na versão em conserva, a raiz dá frescor e complementa as refeições dos brasileiros em várias partes do país. Essa ampla aceitação representa uma possibilidade de renda para agricultores que se interessam pelo rápido ciclo de produção da hortaliça.
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Após o plantio, só leva um mês e alguns dias para o rabanete estar no ponto de colheita e pronto para chegar aos diferentes canais de comercialização do varejo, nos quais os preços da raiz atingem patamar elevado. Com crescimento veloz e sem passar dos 30 centímetros de altura, a hortaliça é uma ótima opção de rotação de culturas para pequenos produtores, desde que o plantio não ocorra antes ou depois do cultivo de outras espécies da mesma família, como rúcula, repolho, couve-flor, brócolis e couve.
O rabanete está presente, em especial, em propriedades de até 20 hectares localizadas em cinturões verdes de áreas metropolitanas. A hortaliça tem ciclo anual, semeadura direta em canteiros e se desenvolve bem em solos drenados e férteis e em condições de clima temperado a frio, mais comuns nas regiões Sul e Sudeste do país.
O cultivo é simples, mas, antes do início do manejo de um canteiro de rabanete, deve-se conhecer melhor o terreno por meio de uma análise química. A recomendação permite ao agricultor saber as quantidades corretas de adubação antes do plantio e em cobertura, o que evita desequilíbrios nutricionais, desperdícios e gastos desnecessários.
A produtividade por hectare fica entre 15 e 30 toneladas, ou o equivalente a volumes entre 16.000 e 20.000 maços, que é como se amarra a planta inteira para a comercialização. A hortaliça, de origem euroasiática, tem diferentes formatos (redonda, oval ou alongada), colorações (vermelha, amarela, rosa ou branca), tamanhos e sabores, mas, no território nacional, predominam as cultivares com raízes redondas, casca vermelha-rosada e polpa branca, as características mais populares no mercado consumidor local.
O rabanete é um alimento muito saudável, contendo vitaminas A, C e do complexo B, além de cálcio, fósforo, potássio, magnésio, sódio, ferro e fibras. A hortaliça contém ainda a substância niacina, que reduz problemas de pele e estimula o apetite e o crescimento do organismo humano.
A raiz é expectorante, anti-inflamatória, antirreumática e purificadora de sangue, rins e bexiga, e sua ingestão ajuda na limpeza dos dentes e a desenvolver os músculos mastigadores.
Mãos à obra
Início
Embora seja fácil cultivar o rabanete, adotar um bom manejo permite ao agricultor obter uma produtividade maior e um alimento de qualidade superior. Com isso, o produtor também pode conseguir preços mais altos na venda. Então, faça boas escolhas para começar o plantio, comprando sementes de estabelecimentos com referência e optando pela implantação de hortas em lugar adequado.
Ambiente
O rabanete tem bom crescimento em regiões de clima temperado a frio, sendo tolerante a geadas leves. Assim, em locais muito quentes de um país tropical como o Brasil, indica-se ao produtor fazer o plantio da hortaliça durante o outono e o inverno, para aproveitar as temperaturas amenas.
Em lugares de altitude elevada, o plantio pode ocorrer na primavera e no verão. O cultivo da raiz exige bastante luz solar. A planta só pode pegar sombra se a incidência for parcial.
Propagação
De semeio direto nos canteiros e em sulcos com profundidade de um a dois centímetros, o rabanete tem germinação máxima com os termômetros entre 20 °C e 25 °C. Temperaturas acima de 35 °C são prejudiciais à semeadura da maioria das cultivares. Já no patamar de 15 °C, a brotação é mais lenta.
Plantio
Melhor se for em terrenos arenosos ou argilo-arenosos, profundos, ricos em matéria orgânica, permeáveis e com pH entre 5,5 e 6,8 – após a análise do solo, verifique se há necessidade de calagem. A terra deve estar sempre úmida, mas não encharcada, condição que deixa as raízes rachadas e apodrecidas e com alta incidência de doenças.
Por isso, evite áreas muito sombreadas e levante canteiros com 15 a 20 centímetros de altura e um metro de largura e separados por corredores de 40 a 50 centímetros de largura para circulação.
Espaçamento
Entre os sulcos, a distância deve ser de 15 a 20 centímetros, e, entre as sementes, de, pelo menos, 5 centímetros. Quando as plantas atingirem três a cinco centímetros de altura, faça o raleio, deixando entre uma e outro espaço de cinco a dez centímetros. Caso contrário, as plantas que ficarem muito próximas podem nem formar raiz com tamanho comercial.
Cuidados
Ajuste as quantidades de nutrientes e de elementos químicos. O boro é essencial – a falta desse nutriente pode levar à ocorrência de rachaduras nas raízes, que também são prejudicadas quando há excesso de nitrogênio e irrigação irregular no fim do ciclo. Na área de cultivo, é importante eliminar as plantas daninhas.
Produção
O período de colheita ocorre, em geral, entre 25 e 35 dias após a semeadura. As folhas grandes da planta e o rabanete visível no solo indicam que é hora de colher. Ao serem retiradas da terra, as raízes têm que estar desenvolvidas e tenras, com dois a três centímetros de diâmetro. Se a colheita atrasar, aumentam os casos de raízes rachadas. Para conservar, armazene a hortaliça sob temperatura de 0 °C e umidade relativa entre 90% e 95%. A pulverização de água ajuda a aumentar o tempo de gôndola dos rabanetes.
Outras informações
Solo: areno-argiloso, bem drenado e fértil.
Clima: temperado para frio, com temperatura ideal na faixa de 20 °C a 25 °C.
Área mínima: pode ser plantada em canteiros.
Colheita: cerca de um mês após o plantio.
Custo: Varia bastante. Um envelope com sementes pode custar R$ 7, mas o preço de um pacote de 100 gramas de alguns híbridos passar de R$ 200.
Onde comprar: de preferência de revendedores autorizados; no caso de adquirir envelopes com sementes em lojas não especializadas, verifique se as embalagens não estão em local com sol direto e temperatura e umidade elevadas
Consultoria: Antonio Ismael Inácio Cardoso, professor da Faculdade de Ciências Agronômicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Campus De Botucatu, Av. Universitária, 3780, Altos Do Paraíso (Acesso Principal), Rua José Barbosa De Barros, 1780 (Acesso Portaria I), Rod. Alcides Soares, Km 3 (Acesso Portaria Ii), Fazenda Experimental Lageado, Botucatu (Sp), Cep 18610-034, Tel. (14) 3880-7100, antonio-ismael.cardoso@unesp.br